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   Maria Luisete Corte-Real
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Maria Luisete Corte-Real

Este meu depoimento é a pedido da Associação Portuguesa dos Doentes da Próstata

Meu nome é Maria Luisete Côrte-Real e estou casada, tendo já um casamento longo de 49 anos, com Luís Corte-Real, e continuo a viver com alegria, mas no entanto tive de enfrentar a noticia que o meu marido, companheiro de toda a vida, tinha um Cancro na Próstata, a doença «maldita» dos homens ( não considerando que nenhuma doença é bem-vinda), mas este tipo de Cancro mexe muito com a masculinidade do Homem, na sua grande maioria sem razão para tal medo.

O meu marido, que praticou ao longo da sua vida vários tipos de desportos, tendo cedo tomado conhecimento dos problemas que a próstata poderia provocar, pois felizmente na empresa onde trabalhou a partir dos 45 anos, anualmente fazíam um exame completo, incluindo o toque rectal, o complexo dos homens.

Tinha como certo um marido saudável, pois não sendo fumador, não bebendo nenhum tipo de álcool, não bebendo café, e não lhe conhecendo antecedentes da família com cancro, mas nunca, mesmo depois de se reformar da vida ativa, nunca descurou os seus exames quando num exame de PSA encontrou um valor de 5,2, quando o valor máximo seria de menos de 4. Esta situação o levou de imediato ao seu medico urologista, que ao mesmo tempo o tranquilizava lhe deu indicação para fazer exames ao PSA semestrais , o que foi cumprido por ele.

Tudo isto se passou nos seus 65 anos, e lentamente os exames do PSA foram aumentando até ao valor de 16. É a partir deste valor que os médicos do Hospital de Santa Maria, onde estava a ser acompanhado, lhe recomendaram a sempre não desejada Biopsia.

Não esqueço o dia, quando acompanhado do meu marido recebi a noticia; POSITIVO, com o seguinte diagnostico; Adenocarcinoma da próstata, «score» histológico de Gleason 6.

 

A minha primeira pergunta; porquê ele? Entendi então que o Cancro, e hoje o Cancro não é sinal de Morte mas sim de Vida, devendo todos deixar de ter medo do nome, pois é uma doença silenciosa que poderá atacar todos, mas para a qual não estava preparada, o que me levou a uma profunda desorientação, sentindo que o Hospital de Santa Maria me tinha caído em cima, mas também de imediato, juntos como sempre, reconstruíssemos o Hospital, e a pensar no que poderia ser feito pois o que eu pretendia era que o meu companheiro da vida continuasse a viver, suportando todas as consequências menos benéficas que qualquer tipo de intervenção pudesse trazer.

De imediato nos foi proposto pela equipa que o estava a acompanhar, as possibilidades da tratamento, considerando que no seu caso o melhor seria a extracção total pois as sequelas prováveis seriam sempre as mesmas ( impotência e incontinência ) fosse qual fosse a escolha do tratamento, tendo nós, de mão dada, aceitada a sugestão dos médicos.

Foi operado com 67 anos, com êxito, pois não teve necessidade de fazer radioterapia nem ficou incontinente, (que eu considerava a pior das sequelas da operação pois se torna num flagelo social)

Hoje, já se passaram 8 anos e tudo está bem, festejando sempre no dia 18 de Fevereiro (data da operação) o seu renascimento para a Vida, mas não deixando de fazer os seus PSA anuais.

Para este êxito é necessário todo o nosso amor, carinho e compreensão, pois só assim se consegue ultrapassar o que a operação lhe deixou como sequela, MAS COM VIDA e para a melhorar o nosso papel é muito importante; o que eu quero é que o meu marido, companheiro de todas as horas, prolongue a sua vida, evitando pressionar em relação a sexualidade e aguardando serenamente tudo o que nos possa acontecer.

Aqui vos quero deixar com este meu depoimento a esperança que tudo é possível vencer, mesmo um cancro e continuar a ter VIDA, MUITA VIDA.

 

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