I.P.S.S. – Instituição Pública de Solidariedade Social

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Primeiro Impacto

Testemunhos
   Maria Luisete Corte-Real
   Manuela Figueiredo

Primeiro Impacto


Qualquer tipo de doença grave tem um impacto muito grande nas nossas vidas. Seja uma doença nossa ou de algum familiar, mesmo quando se trata de alguém mais distante do convívio diário. São as preocupações resultantes do diagnóstico e do confronto com a doença, da escolha do tipo de tratamento, das possibilidades de cura, dos ajustamentos que é necessário fazer na organização da nossa vida … no fundo, do modo de lidar com a situação.

Quando se trata de cancro a situação não é diferente, pelo contrário, aqui acresce a carga psicológica que este nome encerra e que a todos assusta.

O cancro da próstata assume uma particular importância na vida das famílias, pelo impacto que os seus efeitos secundários têm na estabilidade emocional dos homens.

Verifica-se, apesar do muito caminho que ainda há a percorrer, uma crescente consciência da importância da família, em particular da mulher, no acompanhamento desta doença.

Foi neste contexto que surgiu o projecto “De mulher para mulher” que tem por objectivo sensibilizar, em particular as mulheres, para a importância do seu papel no acompanhamento da doença dos seus maridos.

Os textos que aqui apresentamos não foram escritos por profissionais da área da saúde, mas sim por pessoas anónimas que pretendem partilhar a sua experiência pessoal, a qual pode constituir para muitos, um suporte e orientação para a “luta” que estão a travar.

Efeitos do cancro da próstata na minha vida pessoal.
O que posso fazer? / O que se espera de mim?
O meu marido tem cancro da próstata, e agora?

Não vale a pena fingir que tudo continua com dantes… Agora têm um problema para resolver e a sua resolução vai pô-los à prova.

Vai ser um processo demorado e por vezes doloroso. Todos os que se encontram à vossa volta vão sentir o impacto, e também a eles vai ser necessário estar atento, informar e apoiar.

O processo de diagnóstico, tratamento e acompanhamento da doença vai consumir muito do seu tempo e da sua disponibilidade, pelo que deverá fazer, desde logo, ajustamentos na sua rotina que lhe permitam ganhar espaço de intervenção. Provavelmente, sentirá necessidade de recorrer ao apoio de familiares ou amigos para assegurar algumas tarefas. Não hesite em pedir-lhes ajuda.

O esforço para compatibilizar a sua vida familiar e profissional será acrescido, mas, com boa vontade, é possível e mais fácil do que pode parecer ao início.

Vai sentir-se triste, preocupada, eventualmente impotente, mas nunca se esqueça de que você é única e a sua presença é fundamental, indispensável e insubstituível.

Como qualquer problema, este deve ser encarado de frente e de forma determinada, procurando as melhores soluções para o seu caso concreto.

A nossa sugestão é que acompanhe sempre o seu marido, esclareça todas as suas dúvidas e partilhe a tomada de decisões que se vão impondo. Muitas vezes, junto dos médicos, no momento da consulta, as mulheres conseguem uma maior objectividade e racionalidade, talvez por o cancro apesar de seu, não estar dentro de si.

O seu envolvimento permitirá aliviar um pouco o peso sobre o seu marido e dar-lhe-á a segurança e conforto resultante da percepção de que todo o processo será partilhado e, como tal, menos penoso.

O seu marido precisa de poder contar consigo:

• Para cuidar dele nos momentos em que se encontrar mais limitado nas suas capacidades e autonomia;
• Para apoiar nas suas tarefas familiares, eventualmente, reorganizando o apoio dos membros da família;
• Para sentir compreensão pela forma como se sente;
• Para sentir a sua disponibilidade para o ouvir, esclarecer e partilhar a tomada de decisões;
• Para a sentir sempre ao seu lado, mesmo em silêncio.

E não se esqueça de cuidar de si! Mais do que nunca isso é extraordinariamente importante.
A situação que está a viver pode tornar-se muito desgastante, tanto do ponto de vista emocional, como do ponto de vista físico.

Deve procurar alimentar-se bem e descansar. Se tiver possibilidades faça caminhadas, mesmo que sejam curtas. Além de lhe permitirem tempo de reflexão, contribuem para descontrair, relaxar e manter-se em forma.

Mantenha o contacto com familiares e amigos com quem possa conversar e partilhar aquilo que sente e em quem se possa apoiar sempre que necessário.

É muito importante estar atenta aos sinais do seu corpo. Se necessário consulte o seu médico e peça ajuda para ultrapassar esta fase difícil.

E nunca se esqueça que Viver conta, mais do que tudo, com o nosso empenho, determinação e uma atitude solidária!

 


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